Em todo lugar que eu ando tem uma cadeira vazia.
Na mesa do almoço de família, no show da Marisa, no avião...
Vazio
O filme no cinema tem cena de suspense e ao meu lado não tem ninguém. Ninguém pra segurar minha mão e rir do meu medo bobo. Minha mão fica solta no encosto, gelada.
O carro novo me leva pelos mesmos caminhos e no banco do passageiro também não tem ninguém. Ninguém pra dizer que o caminho tá errado, pra cantar junto a música que toca no rádio.
A cadeira vazia grita a falta.
Não há mais o que ser dito.
Palavras gastas de tanta repetição não irão mudar o rumo dessa história.
A vida segue sem chances de ter colo, companhia.
Não tem dor, é só uma descrença sem fim