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22 fevereiro 2008
Em algum lugar do tempo nós ainda estamos juntos...
"Em algum lugar do tempo nós ainda estamos juntos
Pra sempre, pra sempre
Ficaremos juntos...."
Em algum lugar do tempo, somos felizes. Acordo todos os dias ao teu lado. Ajeito o nó da sua gravata antes de você sair para o trabalho.
Em algum lugar do tempo, nosso filho não é só um sonho. Ele corre pela casa, cheio de energia. Eu olho pra ele e vejo você.
Em algum lugar do tempo, nosso amor é possível de ser vivido, sem condições, sem medo, sem reservas.
Em algum lugar do tempo, meu coração não é cheio de cicatrizes, duro. Não existem mágoas, ressentimentos, tristeza.
Em algum lugar do tempo, eu te amo, te amo, te amo.
Em algum lugar do tempo, você ainda é o homem por quem eu me apaixonei...
 
08 fevereiro 2008
André
André observava aquela moça sozinha no restaurante, sentada na mesa do canto, de óculos escuros. Pediu a comida, mas não comeu. Brincava com o espaguete no garfo, distante, perdida em pensamentos.
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. O celular dela tocou, ela atendeu ansiosa, mas pelo visto, não era quem ela queria. Respondeu em monossílabos. Desligou e ficou de olho comprido no aparelho moderno em cima da mesa. Parecia que se esforçava para resistir à tentação. Colocou mais vinho na taça, tomou um gole demorado, como que para criar coragem. Desistiu de fingir que comia, empurrou o prato e pegou o celular.
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. Era discreta, falava baixo, como se contasse um segredo. Ele tentou ouvir o que ela dizia, mas o salão estava cheio, muita gente falando ao mesmo tempo. A conversa parecia tensa. Ela baixou a cabeça, parecia desanimada. Ficou calada, do outro lado, deveriam estar dizendo coisas duras. Percebeu que uma lágrima desceu pelo seu rosto. Ouviu a última frase que ela disse antes de desligar: "Perdão por querer de você algo que não pode me dar".
.
. Então as lágrimas não se escondiam mais por trás dos óculos escuros. Ela parecia ignorar o mundo em volta.
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. De espectador desta cena, André também não conseguia mais olhar para seu prato. Um emaranhado de sensações, sentimentos invadiram seu peito, não conseguia mais comer. Ficou imaginando que história vivia aquela moça na mesa ao lado. Incomodou ver o sofrimento por trás daquele choro contido. Teve vontade de abraça-la.
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. Ela chamou o garçon, pediu a conta baixinho. Ele a fitava sem disfarçar, mas ela não reparou. Queria sorrir pra ela. Queria mostrar com um sorriso que as coisas poderiam ser diferentes. Mas não fez nada disso. Quando ela passou por ele, André baixou a cabeça e se omitiu mais uma vez.
 
06 fevereiro 2008
Isa
Mais uma vez, ela sente aquele incômodo que não sabe descrever.
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Isa sempre foi estranha. Quando criança, era tímida, morria de vergonha de tudo. Preferia ficar no canto, com seu livrinho de histórias, onde tudo era seguro e sempre dava certo no final. Tinha um imenso mundo interior que não dividia com ninguém. Guardava pra ela suas observações da vida, suas percepções das pessoas. Gostava de escrever e desenhar. Vivia com sua caixa de 36 lápis de cor sempre pronta para mais um desenho, mais uma história. Sua cabeça fervilhava tanto que a professora chamava a mãe todo início de ano pra dizer que ela era dispersa, se distraia com qualquer coisa.
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O tempo foi passando e Isa continuava se sentindo uma alienígena no meio da multidão. Sentimentos confusos, pensamentos incessantes...mais do que nunca, os livros eram seus companheiros inseparáveis. Queria entender as pessoas, sentia uma afeição pelo sofrimento alheio que não conseguia esconder. Queria ser útil. Queria se descobrir. Tinha a ingenuidade dos que sonham demais.
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Estudou muito, deixou a timidez de lado, resolveu encarar o mundo e viu que o bicho não era tão feio quanto imaginava. Devagar, descobriu o amor, a decepção, as amizades, as traições... Caiu e levantou várias vezes. Descobriu segurança, escondeu-se por trás da máscara de mulher inteligente e brava. Virou uma viciada em livros, outras histórias a fazem pensar que a vida pode ser diferente. A fantasia traduziu-se em palavras, que pedem para nascer.
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Isa é uma mulher forte e frágil. Sabe o que quer, mas não sabe como encontrar. Tem uma agitação interna que a deixa quase louca, mil pensamentos, conversas inteiras onde ela diz tudo o que pensa. Não perdeu o mundo interior que ela mesma criou quando pequena. É uma mulher determinada, não desiste fácil. Anda descrente, mas sempre que tem a sensação de "já vi esse filme" as coisas se confirmam e ela chora.
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Chora muito... chora escondida, sozinha no carro. Porque ainda não encontrou o que procura e a cada dia que passa tem a sensação de que está mais longe de encontrar. Chora muito porque continua se sentindo só no meio de tanta gente. Por não saber pra onde ir, por não ter o futuro que imaginava que teria, por continuar errando tanto. Chora muito porque ainda se assusta com as pessoas, porque se decepciona, porque está perdendo as esperanças. Chora muito porque tudo anda tão cinza que nem aquela velha caixa de lápis de cor vai poder colorir a feiúra do mundo.
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Chora porque o que ela mais queria era ter um colo pra se esconder.
Chora porque o que ela mais queria era alguém para amar.