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06 fevereiro 2008
Isa
Mais uma vez, ela sente aquele incômodo que não sabe descrever.
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Isa sempre foi estranha. Quando criança, era tímida, morria de vergonha de tudo. Preferia ficar no canto, com seu livrinho de histórias, onde tudo era seguro e sempre dava certo no final. Tinha um imenso mundo interior que não dividia com ninguém. Guardava pra ela suas observações da vida, suas percepções das pessoas. Gostava de escrever e desenhar. Vivia com sua caixa de 36 lápis de cor sempre pronta para mais um desenho, mais uma história. Sua cabeça fervilhava tanto que a professora chamava a mãe todo início de ano pra dizer que ela era dispersa, se distraia com qualquer coisa.
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O tempo foi passando e Isa continuava se sentindo uma alienígena no meio da multidão. Sentimentos confusos, pensamentos incessantes...mais do que nunca, os livros eram seus companheiros inseparáveis. Queria entender as pessoas, sentia uma afeição pelo sofrimento alheio que não conseguia esconder. Queria ser útil. Queria se descobrir. Tinha a ingenuidade dos que sonham demais.
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Estudou muito, deixou a timidez de lado, resolveu encarar o mundo e viu que o bicho não era tão feio quanto imaginava. Devagar, descobriu o amor, a decepção, as amizades, as traições... Caiu e levantou várias vezes. Descobriu segurança, escondeu-se por trás da máscara de mulher inteligente e brava. Virou uma viciada em livros, outras histórias a fazem pensar que a vida pode ser diferente. A fantasia traduziu-se em palavras, que pedem para nascer.
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Isa é uma mulher forte e frágil. Sabe o que quer, mas não sabe como encontrar. Tem uma agitação interna que a deixa quase louca, mil pensamentos, conversas inteiras onde ela diz tudo o que pensa. Não perdeu o mundo interior que ela mesma criou quando pequena. É uma mulher determinada, não desiste fácil. Anda descrente, mas sempre que tem a sensação de "já vi esse filme" as coisas se confirmam e ela chora.
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Chora muito... chora escondida, sozinha no carro. Porque ainda não encontrou o que procura e a cada dia que passa tem a sensação de que está mais longe de encontrar. Chora muito porque continua se sentindo só no meio de tanta gente. Por não saber pra onde ir, por não ter o futuro que imaginava que teria, por continuar errando tanto. Chora muito porque ainda se assusta com as pessoas, porque se decepciona, porque está perdendo as esperanças. Chora muito porque tudo anda tão cinza que nem aquela velha caixa de lápis de cor vai poder colorir a feiúra do mundo.
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Chora porque o que ela mais queria era ter um colo pra se esconder.
Chora porque o que ela mais queria era alguém para amar.
 
posted by Dê at 8:12 PM | Link do texto

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2 Comments:


At 2:50 PM, Blogger Borboletinha

Entendo a Isa perfeitamente!

 

At 11:08 AM, Blogger Renato

Perder a esperança nunca! Este seu texto daria para fazer um loooongo comentário...acho que não ia caber aqui na caixinha.
Ler é um refúgio para muitos e acho que ajuda a entender melhor aqueles que estão perto..ou longe.
bj