"Não há quem não feche os olhos ao comer, não há quem não feche os olhos ao cantar a música favorita, não há quem não feche os olhos ao beijar, não há quem não feche os olhos ao abraçar.
Fechamos os olhos para garantir a memória da memória.
É ali que a vida entra e perdura, naquela escuridão mínima, no avesso das pálpebras. Concentramo-nos para segurar a dispersão, para segurar a barca ao calor do remo. O rosto é uma estrutura perfeita do silêncio. Os cílios se mexem como pedais da memória.
Experimenta-se uma vez mais aquilo que não era possível.
Viver é boiar, recordar é nadar. Escrevo na água, no vento da água.
O passado sem os olhos fechados é como uma roupa enrugada. Sem corpo. Sem as folhas dos plátanos."
Carpinejar
Fagner já dizia isso com propiedade "qdo penso em vc fecho os olhos de saudade" Isso é um perigo pq qdo eu escuto isso eu fecho os olhos de saudade de verdade, mesmo que eu esteja dirigindo.Já pensou??
bjo