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15 julho 2007
As três
Eram amigas há muitos anos. Viajavam juntas, barzinhos sexta depois do trabalho, comprinhas básicas, cinema água-com-açúcar e outras coisinhas mais. Repartiam momentos, pensamentos e sentimentos. As histórias se misturavam. Tinham em comum uma certa ingenuidade que as fazia acreditar no amor.
Cada uma tinha vivido sua grande história, nenhuma com o tão sonhado "e foram felizes para sempre". Carregavam dores semelhantes. Mas a tal ingenuidade fazia com que esperassem que em algum momento seriam surpreendidas com uma reviravolta em suas histórias. Acompanhavam com esperança cada detalhe, cada desenrolar. E resistiam a aprender que final feliz não era uma opção naqueles amores.
Mas a vida seguia em frente e elas não tinham muita alternativa. Tentavam colocar um sorriso no rosto e fazer de conta que não sentiam falta de tê-los por perto. Olhavam os filhos das amigas casadas e faziam força pra não pensar que ter seus próprios filhos era algo muito distante em suas vidas. Esforçavam-se para serem simpáticas com outros mocinhos e começar toda a ladainha de "conhecer gente nova e dar uma chance". Tinham que se controlar ao ouvir de pessoas queridas aquele papo irritante de "vocês são muito exigentes, cuidado pra não morrer só". Choravam sozinhas, no carro, voltando do trabalho depois de perceber que não teria ninguém esperando por elas.
Tinham certeza do sentimento que viveram e estava marcado na pele de cada uma a dor pela perda. Mesmo assim, a tal ingenuidade permanecia com elas.
Dividiam dores de amor, esperanças de um futuro melhor e um desejo imenso de serem felizes.
 
posted by Dê at 9:35 PM | Link do texto

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2 Comments:


At 6:19 PM, Anonymous Anônimo

Ave Maria...
Bjo
Lili

 

At 1:31 PM, Blogger Renato

Mas o sentimento aparece quando menos se espera...é só preciso arriscar.