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31 agosto 2007
Mesmo assunto, só que diferente
Tinha um rosto conhecido do outro lado do balcão.
Sem óculos, não dava pra ter certeza.
Mas acho que aquele ali tinha feito parte da minha vida.
Volto pra mesa: "parece que tem um cara que eu namorei bem ali"
E quem enxerga, confirma.
É ele mesmo.
Ele foi o meu pedido realizado, do jeitinho que tinha feito. Pra me ensinar a pedir direito. Pra entender que toda aquela bobagem que eu pedia não faz o menor sentido quando se trata de amor.
O mocinho que entendia de vinhos, que adivinhava meus desejos, que decidia onde me levar sem me perguntar onde eu queria ir e que sempre acertava. Mas também, o mocinho que bebia demais e virava um chato arrogante, que tinha mania de perseguição e sumia no mundo porque alguém queria matá-lo. O mocinho que me ensinou a gostar de comida japonesa e vinho tinto seco, me fez plantar trezentas orquídeas num domingo de sol. O mocinho que fazia corações no meu caderno da pós, que sentava naquela cadeira baixa e passava a noite estudando do meu lado. E quando dava tilte, sumia no mundo, viajava sem dar notícias nem atender o telefone.
Ele mesmo. Um pouco mais velho, um pouco mais gordo.
"A cara do pai da Brigit Jones"
Coração nem acelerou.
Estranho... sensação esquisita.
Comentário na mesa: "ainda vou ter esse ar blasé quando vir um ex por aí"
Foi aí que o peito apertou.
Toda aquela indiferença é porque não era você.
 
posted by Dê at 4:37 PM | Link do texto

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1 Comments:


At 1:28 PM, Blogger Renato

O tempo é esquisito. Por vezes cicatriza o passado e paralisa o sentimento. Em outros casos, o tempo pode passar que o coração sempre acelera, mesmo sendo ex ou coisa de águas passadas.