Faz frio e a noite está serena, silenciosa
Costumo ter medo do silêncio
Tenho medo porque ele sempre fala demais
Fala sussurando, coisas que pesam, as vezes chega até a machucar
Por isso fujo do silêncio
Ando cercada por palavras vazias
Por diálogos soltos
Por monólogos insanos
Hoje eu me permiti o silêncio
Não tive vontade de escapar, de sair de fininho
Deixei ele vir
Fiquei quietinha
Debaixo da coberta
Cercada dos meus quatro travesseiros que me dão a sensação de conforto e aconchego
Fechei os olhos e mansa, deixei o silêncio sussurar
A voz dele não me assustou
O que ele disse não doeu, apesar das palavras duras que ele usou
Não sei porque adiei tanto esse encontro
Sinto que meu coração precisava se aquietar para ouvir
O momento foi agora
Sinto que as coisas estão voltando para o lugar
Eu volto a ser dona de mim
Aliás, eu me dou conta que nunca deixei de ser