Final de tarde, o sol já está baixo, a luz está perfeita.
Caminho de casa, do esconderijo...
Música boa tocando no rádio.
A dor de cabeça começa a ir embora. Alívio!
Bom poder andar sem pressa pela rua, olhar as coisas que estão pelo caminho. As flores dos ipês já estão murchando, mas ainda tem uns sobreviventes que insistem em se manter belos.
Momento de tranqüilidade.
Nos últimos dias, meu maior desejo tem sido voltar pra casa, pro porto seguro onde sou cuidada e querida, sem reservas e sem perguntas. A procura não cessa, mas a reclusão voluntária fortalece.
Ando repensando a vida, sem arrependimentos, sem ser tão dura comigo. Os acontecimentos me fizeram retomar decisões antigas, que vão contra os meus desejos. Mas não posso ser mais tão ingênua. Vejo o céu claro, sem nuvens se estender à minha frente. Sei que você está do outro lado, sei que você pensa em mim. Mas sei também do sofrimento que você me causa. Não posso ficar parada no meio do caminho.Esperar algo de você é parar no meio do caminho.Prefiro pagar pra ver o que a vida me reserva.
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