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29 setembro 2006
Nada de ensaios
Como não posso fazer ensaios, esboços nem prévias, vamos logo com isso. Abre as cortinas, que não tenho tempo a perder.
Você está cansado de saber da minha gana por viver, por intensidade. Não posso ficar parada, sentada num canto escuro, esperando por você. Não vou mais aguardar suas decisões pra seguir em frente.
As minhas escolhas, eu fiz. Rompi o pacto com a mediocridade, larguei a vidinha-mais-ou-menos e coloquei a cara na rua. Não tem sido fácil, vivo tropeçando, caindo e levantando. Só que não posso trair o pacto que fiz comigo mesma.
Voltei a usar aquele anel, o tal que traz a força das mulheres da família. Aquele que coloquei no meu dedo no dia em que casei comigo e me prometi ser fiel, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Não posso me trair, descumprir as promessas que me fiz. Quero sonhar de novo, me permitir novas sensações, outros encontros.
A minha história quem escreve sou eu. Por mais que eu te ame, não posso deixar você matar meus sonhos mais uma vez. Então, vamos combinar uma coisa? Segue seu caminho e me deixa seguir o meu.
 
25 setembro 2006
Um anjo...
Um anjo cuida de uma mulher perdida. Toma conta, de longe, mesmo quando ela insiste em seguir pelos caminhos errados.
O anjo acompanha com seu olhar cuidadoso os passos dela, afastando o mal e fazendo com que ela enxergue o lado bom. Ele sabe fazer isso à distância, trazendo luz com suas palavras. E o anjo diz o que precisa ser dito com serenidade, mas com a firmeza necessária.
Sei do seu carinho e hoje foi um alento ler suas palavras. Trouxe a sensação de que alguém entende o que se passa neste coração confuso que anda tão pequenininho. E melhor, alguém que entende sem julgar. Sinto-me protegida e menos só por saber que você acompanha meus passos.
Obrigada, meu anjo!
 
22 setembro 2006
Desabafo
Sei que posso parecer inconseqüente, mas não é nada disso.
É só que no meu peito mora uma vontade de quero-mais que não me deixa quieta. Que me leva a lugares onde não deveria ir, sem pensar muito em depois. E quando chega o depois, fica um misturado de sensações que nem sei direito explicar.
Não me arrependo, não me arrependo porque são esses momentos que me fazem sentir viva, inteira, sem pensar no que o mundo espera de mim. Aliás, passei da época de me preocupar com isso. Até porque o mundo não está preocupado com a minha felicidade, mesmo que momentânea. Como vi outro dia num filme, preciso aprender a viver a vida que eu tenho. Vai ver que é isso que a vida me reservou. Momentos fugazes onde posso ser muito feliz e depois voltar à rotina de sempre.
Então porque é que eu tenho que me privar desses momentos e me conformar com a mesmice?
Será que em algum lugar vou encontrar as respostas que procuro?
Ou será que eu continuo fazendo as perguntas erradas?
 
20 setembro 2006
Desisto...
Não dá...
I give up!
Como você consegue saber a hora de aparecer?
Por mais que eu fuja, por mais que eu solte todos os meus demônios em cima de você, não consigo resistir.
Amo sua voz, sua risada. Sei que não posso, não devo. Sei que vou sofrer tudo outra vez. Mas acho que isso é amor, não é? Se esse sentimento que não larga meu peito fosse pequeno eu já tinha achado um jeito de colocar outro no seu lugar. Tentei de todas as formas te matar dentro de mim. Fui fraca, não consegui...não consigo...
Então, quer mesmo saber:
“Se for pra me perder, que seja em você”.
PS: Peguei a última frase emprestada no Blônicas, do post UM, do Botter.
 
14 setembro 2006
meu desejo agora...
Apesar do sol lá fora, aqui faz muito frio e o meu desejo é por seus braços em torno da minha cintura.
 
11 setembro 2006
11 de setembro
Noite passada aconteceu como nos tempos de criança. Tive medo do escuro. Adiei o sono o mais que pude, rolei na cama, acendi e apaguei a luz, li, ouvi música, vi televisão. Tudo isso pra não dormir e ter que acordar no dia de hoje. Eu sabia que não haveria como escapar das lembranças. Por mais que eu resistisse.
E não há como negar, o sol clareou meu quarto e o primeiro pensamento foi em você. Ao abrir os olhos, seu rosto apareceu, como naquele dia há alguns anos atrás. Tive certeza que não haveria como escapar da sua voz, mesmo que distante. Hoje eu não conseguiria resistir ao toque do celular.
Demorei a me vestir, abri o armário, peguei aquela blusa-arco-íris que usava naquele dia. Mas ela não combinava com uma mulher com olheiras. Achei melhor preto. Hoje não seria um dia de comemorações. Aquelas lembranças continuam sendo muito doloridas.
Como naquele ano, em todo lugar aparecem as imagens da destruição, de tudo desmoronando. Há quatro anos atrás, eu via tudo aquilo e não imaginava que algo parecido com toda aquela destruição poderia atingir o amor maior que eu vivia.
Hoje foi um dia de luto. Olhei pra trás e vi apenas dois fachos de luz fraca, no lugar onde havia um amor imenso. Vi apenas a sombra do homem que eu amei. Vi somente a sombra da mulher que te amou. Não consegui conter as lágrimas. Tive vontade de deixar flores no túmulo do nosso amor.
 
08 setembro 2006
Lembranças se vão...
Você até pode querer guardar as lembranças
Você até pode tentar gravar pra sempre nossos momentos
Mas a mente é traiçoeira e seletiva
Ela vai desgastando as memórias, tirando a cor, o brilho...
Os diálogos vão se perdendo, esvaindo-se...
A distância se encarrega de fazer virar nuvem distante o nosso segredo.
O tempo cuida de colocar outras histórias no lugar
Até que vai chegar um dia em que vai ser preciso que algo puxe do seu arquivo a risada compartilhada há muito com alguém, que por um breve instante, foi especial.
 
05 setembro 2006
...
"Gostaria de dar três voltas na chave e esquecer que estou dentro de mim."
Carpinejar
 
Urgente
Preciso ser salva de mim...
Preciso ser resgatada do emaranhado onde me meti, dos nós que fiz e deixei fazer em torno da minha alma inquieta. Preciso destruir essa expectativa insana que me mata cada dia um pouco mais.
Falta o ar. Sinto necessidade de novo. Mas as velhas idéias, os velhos sonhos inalcançáveis estão impregnados em mim. As lembranças estão gastas, puídas, sem cor, jogadas em um lugar-sempre-presente, por mais que eu faça forças para não achá-las.
Vejo seus olhos na tela, na rua, nos sonhos. Debato-me contra estas recordações. Tento a todo custo me livrar delas. E ao tentar me desvencilhar, mais me embrenho, me embaraço, me amarro em outros nós.
Luto para me desapegar de todo o sofrimento que você me causa. Quero esquecer todas as mentiras, falsas promessas, caminhos errados que tomei do seu lado. Quero deixar pra trás o filho que não tivemos, o apartamento onde não moramos, as alianças que não trocamos, as promessas que faríamos na beira da praia, descalços, vestidos de branco.
Quero vento soprando em nova direção. Preciso me desvencilhar de você. Seguir em frente e viver o que a vida tem a me oferecer (seja lá o que for que ela tenha guardado para mim).
 
03 setembro 2006
Incômodo
Tem um mundo barulhento ao meu redor. Pessoas falam demais, opinam sobre o tudo e o nada, palpitam sobre a vida alheia sem o menor pudor. Muito barulho, muita luz, tudo envolto numa capa de falsa felicidade.
Olhar tudo isso traz uma série de desconfortos. Ouvir os comentários de sempre, com uma pitada amarga de maldade, embrulha o estômago. Engraçado como as pessoas esquecem o lugar que há bem pouco tempo ocupavam e se sentem donas absolutas de uma verdade frágil.
Enquanto isso, o turbilhão interno não dá sossego. E quem vê de longe, só enxerga a mulher dos cabelos lisos (???), bem maquiada, num belo vestido azul, sentada numa mesa de canto, observando calada, quieta.
Preciso me distanciar, não pertenço àquele contexto. Rostos conhecidos desde a infância trazem mais uma vez a sensação de não fazer parte disso tudo. As perguntas não dão descanso, nem nesta hora. É tempo de relaxar. Mas não, elas não páram.
Olho em volta e percebo que os rumos que ando seguindo estão me levando pra longe de onde quero chegar. Dói... a dor que me acompanha... a dor que tentei jogar no Danúbio e deixar do outro lado do mundo não quer me largar.
Sinto com tanta intensidade que me vejo paralisada diante de tudo. O barulho irrita, a luz traz a enxaqueca, velha companheira.
Não consigo fazer com que me enxerguem da maneira que sou. Contraditória, intensa, sem medo, com medo, de coração cheio de amor, frágil, forte, serena, inquieta, imediatista, cheia de esperanças...
Na tentativa de me fazer entender, me perco, mostro meu lado feio, minhas fraquezas. Fico má, amarga, machuco, arranho, rasgo tudo pra não ter que sofrer mais por isso. E não adianta porque a dor continua lá, pra me lembrar que não tenho o que mais quero. Como se me dissesse baixinho que a minha vez já passou, que a chance foi única e que eu desperdicei.