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21 maio 2008
A verdadeira viagem
A continuação de uma história escrita em Sentimento Infinito
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Aqueles dias seriam sua prova de fogo.
Desceu ansiosa do avião. Sentiu o ar úmido e quente daquela cidade sempre maravilhosa.
Caminhou até o saguão do aeroporto, como se alguém a esperasse. Mas não havia ninguém lá. Diferente das outras vezes que visitou aquele mesmo lugar, agora estava completamente só. Mas essa solidão não se referia à ausência de pessoas à sua volta, já que estava com um grupo de mais de dez pessoas. A solidão que sentia se referia à ausência de uma esperança que carregou durante muito tempo e que sempre foi sua companheira. Mas essa esperança já não existia mais. Aquele aeroporto não teria mais histórias para contar a seu respeito.
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Tinha perdido o sono na noite anterior. Lá no fundo, estava com medo de mais uma recaída. Brigou com seus sentimentos, com seus desejos. Mas tinha decidido não se expor a mais sofrimento.
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Depois de um dia exaustivo de conferências e reuniões, voltou para o hotel. Desejava somente um banho quente, toalhas macias e o conforto de uma cama. Ainda era cedo e resolveu pedir algo para comer. O cansaço e o desânimo eram tamanhos que se sentia sem forças para descer até o restaurante do hotel. Pediu um sanduíche de peito de peru com ricota temperada e uma latinha de coca zero, como sempre. Enquanto aguardava o lanche, resolveu checar seus e-mails. Sentou sobre a cama, abriu seu notebook e constatou, com certo alívio, que não havia nada de perturbador entre as mensagens. Temia alguma declaração romântica de última hora, alguma manifestação desesperada de quem por muito tempo havia sido o centro das suas atenções, o foco de seus sentimentos. Fechou os olhos e conseguiu ver claramente aquele rosto, aqueles olhos, que sempre a fizeram perder a razão e o rumo. Fechou o notebook e foi receber a refeição que acabara de chegar.
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Enquanto se dirigia para o local do segundo dia de encontro do trabalho, deixou que os pensamentos se perdessem diante da paisagem que passava como um filme diante dos seus olhos. O táxi passou em frente ao hotel onde haviam ficado no início do verão daquele ano distante, onde ela tinha sido uma mulher inteira pela primeira vez. Viu aquele restaurante onde ele a pediu em casamento, e juntos, eles começaram a fazer planos . Ela estava perdida nas lembranças de dias felizes. Viu a areia branquinha, as ondas e as pessoas que aproveitavam o dia ensolarado. Pensou que nunca tinham ido à praia juntos e sentiu uma saudade imensa da vida que um dia imaginou ter. Olhou no relógio e viu que ainda faltava uma hora para a primeira reunião do dia. Pediu ao motorista que parasse na praia e a aguardasse por alguns minutos. Sobre a areia, fechou os olhos e sentiu mais que o perfume do mar. Sentiu como se ele estivesse ali, do seu lado, de mãos dadas com ela, sentindo o calor do sol e ouvindo o barulho da água molhando a areia. Sentiu vontade de chorar, mas respirou fundo e retornou ao táxi.
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Depois do encerramento das atividades do segundo dia de trabalho, aceitou o convite de outros consultores para um happy hour. Ficou por algumas horas, se despediu de todos e retornou ao hotel. Tomou um banho demorado, vestiu-se apenas com um roupão, ligou o ar condicionado no máximo e deitou sobre o edredom branco e pesado.
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Eles estavam juntos no centro da cidade. Caminhavam de mãos dadas, driblando a multidão de pessoas apressadas. Ele sorria e parecia feliz. De repente, ele olhou para ela e disse que precisava ir (ele sempre precisava ir!). Disse que agora iria para sempre e que ela estava livre para ser feliz. Ela sorriu aliviada. Realmente, sentiu-se livre. Deixou-o ir sem culpa ou medo. Sem choro, sem dor.
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Acordou assustada. Pegou o telefone e viu que tinha uma ligação dele. Ele havia ligado enquanto ela dormia. Ela não ouviu o toque do celular. Retornou a ligação, caiu direto na caixa postal. Melhor assim, pensou. Menos sofrimento. Era a confirmação de que tudo continuava como sempre.
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Vestiu um jeans e uma camiseta e desceu para jantar. No restaurante do hotel, encontrou Miguel. Miguel era seu colega de trabalho e estava hospedado no mesmo andar que ela. Ele se aproximou sorrindo e perguntou se poderiam se sentar à mesma mesa. Ela disse que sim. Conversaram durante bastante tempo. Miguel era divertido. Falava coisas engraçadas o tempo todo. Pela primeira vez ela havia percebido o quanto Miguel era bonito.
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No dia seguinte, acordou cedo. Enquanto arrumava suas coisas, chorou de alívio. Três dias com ele ao seu alcance e ela havia resistido. Lembrou que todas as outras vezes a hora da despedida era difícil. Deixá-lo para trás era sempre muito doloroso. Percebeu que algo havia mudado. Ela estava mais serena, sem aquela angústia que apertava seu coração, sufocando tudo.
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Era de novo hora de despedir-se. Despedir-se da cidade que havia povoado seus sonhos românticos. Despedir-se de uma história mal-acabada. Deixar pra trás sentimentos confusos que não faziam mais parte da vida dela. Olhou pela janela do quarto e viu o mar. Uma sensação de paz e conforto tomou conta dela. Era hora de ir. Hora de seguir em frente.
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Fechou as malas, pagou a conta do hotel e foi para a portaria esperar o micro-ônibus que levaria os funcionários de volta para o aeroporto. Miguel já aguardava, quando a viu, abriu um sorriso. Sentaram-se juntos a caminho do aeroporto. Ele a fazia rir. Ajudou-a a retirar sua bagagem no saguão. Fizeram o check in e embarcaram juntos. Na hora em que ela atravessou o portão de embarque, o celular tocou. Viu o nome dele no visor. Mas aquilo não fazia mais o menor sentido.